Provedor eu? Se todos os Deuses do Olimpo mo tivessem comunicado em sonhos há dez, vinte, trinta quarenta anos eu diria que os Deuses estavam loucos. Mais uma prova que o futuro de qualquer ser humano é imprevisível.
Quando D. Leonor irmã do rei D. Manuel I fundou em 1498 a primeira Misericórdia, jamais imaginaria o bem que foi feito pelo mais desfavorecidos. Incorporou catorze obras para cultivar o bem, sendo sete corporais e sete espirituais.
Ao longo da vida das misericórdias houve coisas muito boas e algumas menos boas.
Na atualidade as misericórdias, em grande maioria, estão a fazer uma missão que deveria ser da responsabilidade do estado central. As áreas de atuação das misericórdias são diversificadas, mas têm no seu âmago realizar tarefas em prol dos que mais necessitam.
É verdade que os governos comparticipam nas despesas das instituições, mas quando é o próprio estado a impor todas as regras de funcionamento deveria fazer as contas a todos os custos que um idoso ou uma criança custa para que se consiga um acompanhamento humanista e humanizado.
A minha Misericórdia, a nossa Misericórdia, a Santa Casa da Misericórdia de Alijó, que lhe vai acontecer? Como provedor não poderei deixar de dizer que está numa situação muito má, não fruto da gestão recente, mas da acumulação de passivos de investimentos pouco calculados e sem visão de futuro.
Há coisas que não deveria dizer, mas já disse e como já disse apelo a quem tem o poder de ajudar a Santa Casa da Misericórdia de Alijó que o faça, sem olhar a quem a governa, mas olhando somente para o serviço que a mesma concretiza.
Os cento e trinta e cinco funcionários, os 60 idosos na ERPI, os 35 doentes na UCCI, os 48 meninos na creche, os 35 meninos na pré, os 20 idosos no centro de dia e os 62 idosos do apoio domiciliário merecem que todos, mas todos ajudem a Santa Casa da Misericórdia de Alijó.
Espero que compreendam a angústia do provedor e que a ajuda se materialize.
O Provedor,