Na Santa Casa da Misericórdia de Alijó existe a equipa do Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência a Antimicrobianos (PPCIRA) que desenvolveu diversas acções de formação, elaboração de protocolos no âmbito do controlo de infecção, ensinos de enfermagem, entre outros. Este Programa tem sido aplicado aos funcionários desta instituição ao longo dos anos.
Perante o risco actual e a responsabilidade perante todos os funcionários, esta equipa ganhou outra importância uma vez que foi necessário traçar um Plano de Contingência para fazer face à actual problemática. Este plano foi alvo de revisões permanentes, actualizações e reuniões que eram realizadas de acordo com as indicações da Direcção Geral de Saúde (DGS).
O surto de doença por COVID-19 adquiriu uma dimensão epidémica, com casos confirmados em mais de 60 países, incluindo Portugal. Neste sentido esta equipa pretendeu antecipar e gerir, nas várias valências, o impacto da pandemia. Sendo este um factor desconhecido para todos, pretendemos com este artigo compreender um pouco melhor todo o trabalho realizado e os “bastidores” de todo o processo.
Uma equipa de luxo
Em declarações ao Pelicano, a equipa referiu alguns dos aspectos mais desafiantes que vivenciaram. A equipa aborda o facto de, para além de terem que reunir sempre que existiam novas indicações da DGS, também tiveram que se antecipar e delinear soluções a implementar no imediato. Segundo a equipa “(…) existiram questões que a DGS não era explícita e tivemos que interpretar da melhor forma possível. As directrizes saíam em cima da hora e, por isso, tivemos que nos antecipar ao que poderia acontecer. Um dos exemplos foi o encerramento da creche antes de ser anunciado pela DGS, assim como o cancelamento das visitas na ERPI”.
Diversos estudos têm apontado a exposição às exigências sem precedentes como o racionamento de equipamentos de protecção individual, a pressão do ambiente envolvente e o receio de contágio, que parecem ser factores que geram o “burnout” nos profissionais de saúde. Quem acompanhou de perto esta equipa, pôde constatar o desgaste físico e psicológico que as atuais circunstâncias lhes causaram. Tal como referem “chegamos a estar em casa e a lembrarmo-nos de pormenores que faltavam acrescentar ao plano (…) o telefone não parava, foi esgotante”. Em comunicado ao jornal, também salientam que “o difícil não foi elaborar o plano, o mais complicado foi adequar o plano às especificidades de cada valência uma vez que não conhecíamos algumas das instalações (…) ter que criar uma sala de isolamento sem conhecer o espaço, torna-se complicado, gerir tudo isto deixou-nos esgotadas”.
Actualmente vivemos um momento mais tranquilo da pandemia. Contudo, esta equipa mantém reuniões e continua a antecipar a possibilidade de surgir um novo surto sendo que têm vindo a delinear estratégias para lidar com esta situação que tanto nos afecta a todos.
A equipa é composta pelas Enfermeiras Ana Araújo, Ana Raquel Vaz, Cármen Pinto, Cármen Rodrigues e o Dr. José Presa Ramos. Esta equipa merece a nossa maior consideração, estiveram na linha da frente e protegeram a nossa instituição da melhor forma possível e a todos os membros queremos deixar o nosso maior obrigado.