No passado mês de janeiro a Santa Casa da Misericórdia de Alijó iniciou a primeira toma da vacina contra o COVID-19, que foi realizada nas valências de ERPI e UCCI. Nestas valências foi realizado um questionário aos funcionários e utentes, no qual eram abordadas questões como alergias medicamentosas, patologias clínicas, entre outros aspetos relevantes para este processo. Posteriormente, foi articulado com o Centro de Saúde e com a Entidade Coordenadora Local (E.C.L., no caso da UCCI), a administração da vacina e os profissionais que iriam acompanhar de perto este processo. No caso da UCCI, no dia da administração da vacina, o corpo clínico foi composto por três enfermeiros e o Diretor Clínico da valência, assim como também esteve presente a Enfermeira coordenadora Patrícia Pires (E.C.L). Foram vacinados 63 pessoas (29 utentes e 34 funcionários). No que concerne à ERPI, no processo de administração da vacina, esteve presente o corpo clínico da valência (enfermeira e médico assistente) e a equipa de Enfermagem do Centro de Saúde. De realçar que esta equipa não entrou nas Instalações da ERPI, tendo sido destinado um local desta valência para este efeito. Emsuma, foram para já vacinados um total de 101 pessoas entre utentes e funcionários.
Nas referidas valências, todo o processo decorreu com normalidade. Antes da toma da vacina foram notórios os sinais de sintomatologia ansiosa, receio, angústia, que são normais num evento que nos é desconhecido. Também houve funcionários e utentes, que manifestaram uma enorme satisfação e excitação em tomar a vacina. Nos funcionários e utentes que manifestaram um aumento significativo da sintomatologia ansiosa, foi realizado um acompanhamento psicológico mais próximo.
Relativamente aos efeitos secundários, houve relatos de funcionários e utentes que sentiram dor no local da injeção, outros reportaram sintomas ligeiros de mal-estar físico (fadiga e algumas dores musculares).
O “Pelicano” recolheu alguns testemunhos dos utentes e funcionários das valências, nestes foi notória a esperança que verbalizaram e demostraram no olhar. Segundo Alexandra Cardoso, Diretora Técnica da ERPI “Fomos vacinados, e foi o momento em que sentimos a primeira toma da vacina como uma conquista… não houve como não sentir um arrepio no peito e não deixar cair uma lágrima porque conseguimos, e conseguimos alcançar esta vitória todos juntos”. Já a utente Conceição Magalhães, com 99 anos, verbalizou “Foi bom tomar a vacina! Estou aqui à boa vida, gostava de ir até minha casa e ver como está tudo, a vacina trouxe-me essa esperança! Já lá vão 11 meses sem sair daqui!”. A colaboradora Teresa Lopes (a colaboradora com mais anos de serviço na ERPI), refere com algum entusiasmo: “Sinto-me bem, foi uma vitória chegarmos a este dia sem caso nenhum! Não tive receio nenhum pela vacina, só nos faz bem!”.
Já na UCCI, a primeira colaboradora a ser vacinada Cristina Esteves refere “Foi muito bom e senti-me muito confiante. Tive apenas uma ligeira dor no braço, mas senti-me bem. Tenho muito medo ao vírus, por mim e por todos, e estava ansiosa pela vacina. Estou agora ansiosa à espera da segunda toma, para ver se conseguimos ter alguma normalidade nas nossas vidas”. O utente Ademar Marques, verbaliza com alguma emoção “Foi um ato de confiança, porque estou convencido que vai resolver o problema do vírus. E agora é deixar correr o tempo, porque o vírus parece que está em mutação, precisamos de ter o máximo de cuidado com ele e evitar certas asneiras que se fazem, como conjuntos de pessoas e grandes folias. Se até os jogadores de futebol apanham, e são jogadores de alta competição que estão constantemente a ser vigiados. Nós agora temos de ir vivendo com isso. E a vacina, não há dúvida nenhuma que foi uma coisa muito boa. Para mim foi um alívio. Fiquei aliviado porque, como tenho a certeza que não tenho a COVID, com a vacina fico mais protegido, mesmo tendo cuidado. E há que cumprir religiosamente com as recomendações das autoridades sanitárias”. Por último, fomos recolher o testemunho da Enfermeira coordenadora , Raquel Vaz “Na minha opinião, tanto pessoal como profissional, a maior importância da vacinação na Santa Casa da Misericórdia de Alijó, tanto na UCCI como na ERPI é o facto de haver a imunidade de grupo, isto é, termos a oportunidade de vacinar quer os funcionários quer os utentes ao mesmo tempo, criando assim uma imunidade de grupo, o que vai permitir que estejamos todos protegidos e principalmente ao mesmo tempo contra este vírus que é tão transmissível e esta a ser tão mortal, infelizmente”.
Utentes e funcionários aguardam a administração da segunda dose da vacina que está prevista para a segunda semana de Fevereiro.
Bárbara Granja
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